Desenho de uma menina cega montada um cavalo e a frase que o cavalo pode ser seus olhos.

Como trabalhar Equoterapia com o praticante com deficiência visual?

Desenho de uma menina cega montada um cavalo e a frase que o cavalo pode ser seus olhos.Olá! Hoje vamos falar dos benefícios da Equoterapia para pessoas com deficiência visual.

A deficiência visual é definida como uma limitação das ações e funções do sistema visual, caracterizada pelo comprometimento total ou parcial da visão, podendo ser congênita ou adquirida, com classificação de baixa visão a cegos.

Pessoas com deficiência visual podem apresentar diminuição do equilíbrio, da coordenação motora, da agilidade, assimetrias posturais compensatórias, comprometendo a marcha e dificultando o controle postural. O controle motor do deficiente visual fica alterado por não ter a percepção do espaço. No entanto, a Equoterapia trabalha a nível neuromotor as simetrias globais, alinhamento corporal, equilíbrio estático e dinâmico, favorecendo uma melhora da capacidade de orientação de seu corpo no espaço. Através de estímulo proprioceptivo proporcionados pelo meio externo, o sistema sensório-motor é restabelecido.

Através da montaria, o praticante cria uma nova imagem do seu corpo, devido às informações recebidas pelo movimento do cavalo, que se torna o facilitador do aprendizado. 

O praticante se sente mais independente, motivado e capaz de superar seus limites. Sente liberdade e confiança para lidar com as atividades diárias e com as pessoas do seu convívio social e familiar, apresenta um desenvolvimento biopsicossocial que lhe traz bem estar.

A Sessão de Equoterapia

  • De acordo com estudos realizados por Teixeira (2016), existem dois tipos de solos que podem ser trabalhados na Equoterapia, o solo rígido, caracterizado por proporcionar maior estimulação proprioceptiva ao indivíduo, e o solo macio, que proporciona menor estimulação proprioceptiva. Como a pessoa com deficiência visual não apresenta alterações de tônus muscular, é possível trabalhar nos solos de maneira alternada, potencializando os estímulos.
  • O passo do cavalo é uma andadura importante na sessão já que é rica em estímulos, através do movimento tridimensional do cavalo.
  • Com relação à montaria, pode-se alternar entre a montaria individual, caracterizada por proporcionar maior estímulo, montaria lateral, que promove grande desequilíbrio corporal, montaria dupla, utilizada quando o praticante não apresenta capacidade de se manter sozinho sobre o cavalo e montarias em decúbitos, utilizadas para fortalecimento de tronco e relaxamento muscular.
  • Exercícios de equitação clássica são bastante utilizados para melhora do equilíbrio, como exemplo, a postura do avião.
  • Movimentos de parada e retomada do passo com o cavalo, redondel, circuito em oito e ziguezague causam mudanças do centro da gravidade e desequilíbrio, reajustando através de propriocepção o centro de gravidade do praticante e melhorando o equilíbrio.
  • Atividades lúdicas e pedagógicas como experimentar diferentes texturas, sensações de quente e frio, sabores, cheiros, sons, enfim, explorar o rico ambiente equestre podem deixar as sessões mais interessantes.
  • Cada praticante precisa ser avaliado por sua equipe e pensado como um ser único, com necessidades, desejos e potencialidades diferentes, sendo-lhe oferecida uma proposta totalmente única.

Por fim, a Equoterapia apresenta em muitos estudos ótimos resultados para pessoas com deficiência visual. Espero que este conteúdo seja útil.

Carinhoso abraço,

Silvana Gabriel Quintino RodriguesΩ

Teixeira EV, Sassá P, Da Silva DM. Equoterapia como recurso terapêutico na espasticidade de membros inferiores em criança com paralisia cerebral diplégica. Rev Conexão Eletrônica, Três Lagoas-MS [periódico na internet] 2016 [Acesso em 29 de maio de 2020]. Disponível em: < http://www.aems.edu.br/conexao/edicaoanterior/Sumario/2016/downloads/1.%20Ci%C3%AAncias%20Biol%C3%B3gicas%20e%20Ci%C3%AAncias%20da%20Sa%C3%BAde/078_Inicia%C3%A7%C3%A3o%20-%20Equoterapia%20como%20Recurso….pdf>
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